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Metas 2018

Por que não recomeçar com uma postagem sobre metas?

Final de ano sempre traz aquela vontade de refletir sobre o ano, estabelecer metas para o ano seguinte e pensar tudo aquilo que gostaria de fazer e não teve tempo, disposição ou dinheiro. Já fiz isso antes e tenho refletido muito nos últimos meses sobre isso. Estabelecer metas faz parte da vida, mesmo quando não fazemos isso de forma tão estruturada. Às vezes são pequenos planos (acho que esse ano vou viajar!) ou pequenas vontades (ah, queria comprar aquele celular…), mas elas são boas mesmo quando elas são grandiosas. Você se promete ler dois livros por mês, promete publicar alguma coisa, promete plantar uma árvore, fazer um filho, casar, mudar de emprego ou de cidade.

Isso é ótimo quando você é uma pessoa centrada, focada em objetivos e gosta não só de planejar, mas de executar cada passo planejado. Por outro lado, se você for uma pessoa ansiosa, estabelecer metas é um grande tiro no pé, porque será apenas um excelente motivo (ou vários, se tiver estabelecido muitas metas!) para engatilhar sua ansiedade. Digo isso por experiência própria, porque apesar de não ser diagnosticado com problemas de ansiedade, eu me considero uma pessoa muito ansiosa, com algumas dificuldades associadas à conclusão de tarefas, à sensação de incapacidade de fazer aquilo que gostaria de ter feito.

Estabelecer metas, mais do que isso, reflete a vida na sociedade contemporânea. Parece que as pessoas são obrigadas a terem metas, a terem propósito na vida. Não podemos mais simplesmente viver a vida um dia de cada vez, tudo tem que ser milimetricamente planejado. Não estou defendendo aqui a liberdade absoluta e acho saudável, se não indispensável, planejar coisas grandes, como ter filhos, comprar uma casa/apartamento, fazer um curso universitário. O que eu acho é que nem tudo precisa ser assim e a vida seria muito mais leve se a gente não se cobrasse tanto, se a gente não se obrigasse a perder 10 quilos por causa de uma meta, se a gente não perdesse boas noites de sono para cumprir uma meta de filmes ou episódios de séries a assistir, livros para ler ou lugares para conhecer.

O fato é que não há fórmula pronta: para as grandes metas, planejar é indispensável. Para as coisas do dia-a-dia que não trazem maiores consequências, mas principalmente, para os pequenos prazeres da vida, criar metas é destruir o prazer que há nessas atividades. Um dos meus passatempos preferidos é ver filmes e séries e muitas vezes já me percebi “na obrigação” de assistir alguma coisa, como se fosse humanamente possível assistir a tudo. Eu gosto muito de ler e acumulo livros em quantidade e velocidade muito maiores do que consigo dar conta. Acumular, acumular! Acumular livros, DVDs/Blu-Rays! Baixar artigos! Notícias! O mundo do acesso facilitado à informação é um filme de terror para os ansiosos!